domingo, 23 de junho de 2013

Não Consigo Perdoar


 Quando iniciei esse blog decidi que não iria relatar nenhuma experiência pessoal, devido às diversas dúvidas em que os leitores enviam por e-mail, e por isso, podem acabar sendo confundidas, mas há algo que aconteceu recentemente em minha vida que vejo a necessidade de relatar. Foi algo difícil para mim, e acredito que muitas pessoas podem estar vivendo a mesma coisa:

NÃO CONSIGO PERDOAR.

Parece estranho para alguém que se declara "pregador do evangelho" dizer que não consegue perdoar, mas aconteceu comigo, e por algo muito banal:

Nós estávamos num supermercado, com todas as comprar no carrinho, só esperando nossa vez de sermos atendidos. Havia dois rapazes rondando a fila. Para qualquer um que preste atenção, poderia julgar, pela aparência, que não estavam ali para fazer compras, mas eu via eles como qualquer outro cliente ao nosso redor.

Os rapazes saíram normalmente sem levar nada, e logo que se retiraram, uma moça nos avisou que eles haviam pego uma bolsinha de dinheiro.

Instintivamente, corri pelo supermercado gritando: SEGUREM ESSES DOIS! E agarrei-os pelos braços e chamei o segurança.

-Esses dois pegaram nosso dinheiro! - Disse eu ao segurança. Os dois negaram.

Solicitei ao segurança que os revistasse e fui chamar a moça que os identificou, coisa de dez segundos. Quando voltei, o segurança os deixou sair. Corri como louco, gritando na rua para alguém ajudar, mas já era tarde. Os dois haviam sumido.

Voltei e fiz um verdadeiro escândalo: -Como o senhor pôde deixa-los sair?- Eu dizia ao segurança, que se defendia: -Eu não podia fazer nada.

Eu fiquei com muita raiva, tando dos rapazes quanto do segurança. Nada podia me acalmar ou me fazer aceitar aquele fato. Roubaram nosso dinheiro (dizimado, a propósito) e as chaves de casa. Como eu poderia aceitar? Eu queria que algo fosse feito. Chamei a polícia, mas eles desligaram o telefone por duas vezes.
Decidimos voltar para casa buscar algum dinheiro que havíamos guardado, pois estávamos comprando coisas para contribuir com a construção do Templo de Salomão. Os rapazes não foram localizados e o supermercado não arcou com nosso prejuízo.

...

Minha mãe, sempre sábia, tentava me confortar, lembrando sempre que, ao invés de sentir raiva, eu deveria orar por eles, pois eles tocaram em dinheiro dizimado e separado para a construção do Templo de Salomão, e que quando Deus fizer justiça, os rapazes pagarão um preço muito maior do que o dinheiro roubado. Mas nada do que ela falava me convencia. Eu tinha consciência de que não tinha o direito de odiá-los, e que deveria perdoa-los, assim como o meu Senhor fazia para comigo todos os dias, mas cada vez mais eu alimentava a raiva no meu coração.

Aquele sentimento estava me consumindo. Eu tentava calar o meu coração, mas toda vez que me lembrava da situação, a raiva voltava com força total. Nenhuma palavra que eu recebia me ajudava. Cheguei a questionar minha fé e minha comunhão com Deus.

Mas então li uma postagem do Bispo Macedo no Twitter, que dizia assim:

"A vontade da carne sempre será contra a vontade de Deus. Portanto, se queremos agradar a Deus, temos que renunciar aos nossos desejos."
Percebi que servir a Deus não significa que estamos livres dessas tribulações, e que, ter o Espírito Santo também não nos faz suficientemente espirituais a ponto de estarmos livres dos sentimentos, mas nos dá condições de os controlarmos.
Me dei conta de que o que estava me matando não era raiva, mas culpa por deixar com que ela me dominasse. Era isso que o diabo queria que eu fizesse: Alimentasse a raiva e o desejo de fazer justiça com as próprias mãos. Deus, porém, queria que eu usasse esse momento para provar ao diabo que o Espírito que está em mim é mais forte, e que eu tenho controle dos meus sentimentos.

A partir desse momento, deixei de sentir raiva e passei a sentir vergonha da minha atitude. Decidi pedir perdão ao segurança por ter gritado com ele, e ainda que eu não conheça os rapazes que me roubaram, orei por eles, para que Deus os abençoe, sem hipocrisia, sem fazer do amor uma camuflagem para o que parece ser raiva novamente. Com o mais sincero respeito.

Se você passou por situações em que é difícil perdoar, como um ladrão, ou um bandido que matou alguém que você amava, ou alguém que abusou de você (física ou moralmente), alguém que roubou seu namorado(a) ou marido, etc. São diversas situações, mas não deixe que esse sentimento permaneça, porque ele só esta matando você aos poucos. Leia o que o bispo disse: A vontade da carne SEMPRE será conta a vontade de Deus.

Os sentimentos nos afastam de Deus. Não escute o seu coração.

Obrigado bispo Macedo, por estar sempre cuidando das nossas almas.

Fiquem todos na fé.

Envie um e-mail para pregadoresdoev@gmail.com e tire suas dúvidas! Ou Faça a sua pergunta na barra lateral!

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