sexta-feira, 8 de junho de 2012

A formiguinha e a neve (com áudio)


Texto para ser acompanhado com o áudio abaixo. Não tenho experiencia com áudio, então, por favor, não reparem no modo tímido de falar! 

Certa manhã de inverno uma formiguinha saiu para seu trabalho diário. Já ia muito longe a procura de alimento, quando de repente um floco de neve caiu e prendeu seu pezinho. Aflita vendo que não podia se livrar da neve, e iria assim morrer de fome e frio, voltou-se para o sol e disse:

Ó  sol, tu que és tão forte, derrete a neve que prendeu o meu pezinho.
E o sol indiferente nas alturas falou:
Mais forte do que eu é o muro que me tapa.

Olhando então para o muro a formiguinha pediu:
Ó  muro tu que és tão forte que tapas o sol que derrete a neve, desprende o meu pezinho?
E o muro que nada vê e muito pouco fala, respondeu apenas:
Mais forte do que eu é o rato que me rói.

Voltando-se então para o ratinho que passava apressado, a formiguinha suplicou:
Ó rato, tu que és tão forte, que rói o muro que tapa o sol que derrete a neve, desprende o meu pezinho?
Mas o rato que também ia fugindo do frio gritou de longe:
Mais forte do que eu é o gato que me come!

Já cansada a formiguinha pediu ao gato:
Ó gato, tu que és tão forte, que comes o rato, que rói o muro que tapa o sol que derrete a neve, desprende o meu pezinho?
E o gato sempre preguiçoso disse bocejando:
Mais forte do que eu é cão que me persegue...

Aflita e chorosa a pobre formiguinha pediu ao cão:
Ó cão tu que és tão forte que persegues o gato come o rato, que rói o muro que tapa o sol que derrete a neve, desprende o meu pezinho?
E o cão que corria atrás de uma raposa, respondeu sem parar:
Mais forte do que eu é o homem que me bate.

Já quase sem força, sentindo o coração gelado de frio a formiguinha implorou ao homem:
Ó homem, tu que és tão forte que bate no cão que persegue o gato que come o rato que rói o muro que tapa o sol que derrete a neve, desprende o meu pezinho?
E o homem sempre preocupado com o seu trabalho respondeu apenas:
Mais forte do que eu é a morte que me mata.

Trêmula de medo, olhando para a morte que se aproximava a pobre formiguinha suplicou:
Ó morte, tu que és tão forte que mata o homem que bate no cão que persegue o gato que come o rato, que rói o muro que tapa o sol que derrete a neve, desprende o meu pezinho?
E a morte que nada fala impassível respondeu...
Mais forte do que eu é Deus, que me governa.

Quase morrendo, então a formiguinha rezou baixinho...
Meu Deus, o Senhor, que é tão forte, que governas a morte que mata o homem que bate no cão que persegue o gato que come o rato que rói o muro que tapa o sol que derrete a neve, desprende o meu pezinho?
E então, Deus que ouve todas as preces sorriu, estendeu a mão por cima das montanhas, e ordenou que viesse a primavera.

No mesmo instante no seu carro de ouro a primavera desceu por sobre a terra,
enchendo de flores os campos, enchendo de luz os caminhos.
E vendo a formiguinha quase morta gelada pelo frio, tomou-a carinhosamente entre as mãos e levou-a para seu reino encantado, onde não há inverno, onde o sol brilha sempre e onde os campos estão sempre cobertos de flores.



Envie um e-mail para pregadoresdoev@gmail.com e tire suas dúvidas!

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